Os vinhos argentinos, portanto, além de rústicos, de pouca qualidade e muito baratos, eram voltados estritamente ao consumo interno. De certa forma essas características podem ser atribuídas aos imigrantes europeus que lá chegaram no século retrasado, para quem o consumo de vinho fazia parte do dia a dia de sua mesa. Entretanto, nos anos noventa, ao longo de um período conturbado política e economicamente, as vinícolas, ávidas por capital e novos mercados, iniciaram um processo de refinamento de qualidade, moldando seus vinhos às características do mercado internacional, e exportando-os, principalmente para os EUA e Reino Unido. Os argentinos, assim, encontraram inspiração em seu vizinho Chile, que já havia virtualmente reinventado sua indústria vinícola. Em
Às latitudes argentinas, o malbec chegou em meados do século XIX pelas mãos do francês Michel Aime Pouget, que junto a outros imigrantes europeus fundaram a vitivinicultura argentina com as variedades que trouxeram de suas terras natais. A bem da verdade, MacNeil lembra que os missionários e descobridores espanhóis foram os primeiros a trazer suas cepas consigo do Velho Mundo ou de excursões ao Chile e Peru, séculos antes. Dessas cepas surgiram três variedades, semelhantes entre si e produtoras de um vinho bastante rústico: Argentina’s criolla, Chile’s pais e California’s mission. Enquanto as duas primeiras constituíram a base fundadora da produção vinícola da América do Sul durante trezentos anos, a terceira tornou-se a variedade tinta líder na Califórnia, até a chegada da phylloxera, nos anos de 1890.
Nesses momentos iniciais de atividade, os viticultores reuniram diferentes cepas sob o nome genérico de “uva francesa”. Mais tarde, quando começaram a diferenciar algumas variedades, esta denominação tornou-se apenas malbec. Os precursores plantavam seguindo a tradição européia: a cada seis mudas de malbec, uma da variedade Semillón Blanc. Deste modo, elaborava-se um corte que equilibrava a grande concentração de cor do malbec e removia sua marcante aspereza carregada pelos taninos.
Iniciado nos anos
Usando técnicas de irrigação, aprendidas com os incas, ao drenarem água da neve dos cumes montanhosos, em solo argilo-pedregoso, de boa drenagem, com temperaturas elevadas ao dia e amenas à noite, os produtores encontraram ao largo do cordão da Cordilheira dos Andes a proteção e o oásis perfeito para a produção de seus vinhos. A noroeste, entre 1750 e
Fontes:
MaCNEIL, Karen. The Wine Bible.
Fondo: vitivinícola Mendoza - acessado em 17 jul.2006
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