Primeira degustação: resultados

A degustação inaugural da Confraria do Guedes ocorreu no dia 5 de novembro, das 19h40min à 1h20min, na Casa do Guedes, e teve a seguinte programação:

Tema: Cabernet Sauvignon Brasileiro (1ª Rodada)

Vinhos: Salton Classic Reserva Especial 2002, Miolo Reserva 2002, Salton Volpi 2002, Casa Valduga Premium 2002, Miolo Quinta do Seival 2004.

Roteiro gastronômico: queijos (estepe, parmesão e canastra mineiros curados), pães (baguete francesa, pão de campanha e pão italiano de fermentação natural) e patês (beringela, tomates secos e pasta indiana). Roteiro musical: violão popular brasileiro (Geraldo Vianna, “Solos de Violão”, Juarez Moreira, “Solo”, Raphael Rabello, “Todos os Tons”, Beto e Wilson Lopes, “Nossas Mãos” e Marco Pereira, “Valsas Brasileiras”). Roteiro literário: vinho, Wein, vin, wine, vino.

Estiveram presentes: Édil Guedes (fundador), Flávia Guedes, Flávio Souza Cruz, Myla Fonseca, Rodrigo Guedes, Alexandre Guimarães, Denise, Dôra Morais e Marcelo Silveira, todos estes os atuais membros titulares da Confraria.

Os resultados da degustação:

1°) Miolo Quinta do Seival 2004 – 89 pontos.
2°) Casa Valduga Premium 2002 – 83 pontos.
3°) Salton Volpi 2002 – 81 pontos.
4°) Miolo Reserva 2002 – 79 pontos.
5°) Salton Classic 2002 – 77 pontos.

Comentários:

I. A nota final considerada foi a mediana, e não a média aritmética das notas atribuídas pelos degustadores presentes, com o propósito de se evitarem distorções importantes. O campeão da noite, o Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2004 da Vinícola Miolo mostrou-se, de fato, surpreendente, revelando uma vez mais o notável desenvolvimento do vinho brasileiro: bela estrutura, muito equilibrado, fino e elegante buquê, taninos já bem aveludados, além de evidenciar bom potencial de evolução. Foi, além da maior nota, que o colocou no limiar da categoria dos excelentes, o menor desvio padrão entre as notas individuais: 1,91 pontos. Uma curiosidade: consumimos a garrafa de número 181, de uma edição limitada em 40.000 garrafas. Mas o registro mais interessante, em se tratando de nossa degustação inaugural e do vinho vencedor da noite: foi a primeira garrafa comprada em uma adega de Belo Horizonte. Antes de o vinho chegar às prateleiras, contatei o representante da Miolo, que me informou o número do telefone do escritório da casa Rio Verde, onde consegui reservar-nos um exemplar.

II. Quanto à relação custo/benefício (aqui representada pela razão preço/nota), o vencedor, disparado, foi o Salton Classic 2002, com 0,18 (quanto mais baixo o valor do indicador, melhor a relação). Evidentemente, essa é uma avaliação sugestiva e interessante, mas extremamente imperfeita. Vale apenas para se ter claro que se trata seguramente de um bom produto por um preço muito razoável. Mas juízo de gosto e satisfação não são coisas passíveis de mensuração desenfreada, sem qualquer esforço crítico e algum senso de humor. Um vinho que recebesse a nota 40 (nível insatisfatório) e fosse vendido por 2 reais teria uma razão custo/benefício de 0,05 e seria então, sem lugar à dúvida e paradoxalmente, a melhor opção para maximizar o seu prazer! Mas, de volta ao vinho em questão, merece registro o fato de as notas individuais apresentarem aqui um dos dois maiores desvios-padrão do programa: 6,22. Obteve algumas notas que o lançaram à categoria de cima, dos muito bons, como as de Alexandre Guimarães (82) e a minha própria (82), o que reforça a relação afirmada.

III. Outros destaques: a muito boa qualidade média dos vinhos degustados (81,8); a riqueza e persistência aromáticas do Valduga Premium (o vice-campeão da noite, que, portanto, volta em outra rodada progressiva de Cabernet Sauvignon).

IV. Notas já atribuídas a estes vinhos por outras publicações, sites, críticos etc.: Salton Classic 2002: 80,5 (ABS-SP); Miolo Reserva 2002 (não se encontraram registros, mas, apenas como referência, o de safra 1999 recebeu nota 78 da ABS-SP); Salton Volpi 2002: 83,18 (ABS-SP); Casa Valduga Premium 2002 (também não se encontraram registros; o de safra 1999 recebeu nota 75 da ABS-SP); Miolo Quinta do Seival 2004: 87 (Jorge Carrara, do basilico.uol.com.br e também colunista de vinhos da Folha de São Paulo); *** (Vinho Magazine).

Preços:

Miolo Quinta do Seival – R$ 52,90 (Casa Rio Verde)
Casa Valduga Premium – R$ 32,90 (Casa Rio Verde)
Salton Volpi – R$ 20,70 (Extra Supermercados)
Miolo Reserva – R$ 22,90 (Supernosso - Gutierrez)
Salton Classic – R$ 13,50 (Extra Supermercados) e 13,99 (Casa Rio Verde)


3 comentários:

Anônimo disse...

dá pra perceber de cara como a avaliação do Édim foi super caprichada e atenciosa.
a gente tem acesso não apenas às notas que demos aos vinhos durante a degustação, como também podemos traçar um parâmetro entre as nossas e as notas dadas por especialistas na área. todos apresentaram notas próximas entre si, exceto, talvez, pelo Valduga Premium 2002, que atribuimos uma nota visivelmente maior. detalhe: nós fomos mais exigentes com o Salton Classic do que os próprios profissionais da área. se continuar assim assim, daqui a um tempo, nem o chateauheuf du pape vai passar incólume, hehehe...
gostei tb de saber os preços dos vinhos e onde encontrá-los; ajuda muito.
com carinho,

myla

Rodrigo Guedes disse...

A estréia da confraria foi particularmente surpreendente e reveladora. Embora eu ainda me considere leigo no que diz respeito à degustação de vinhos, percebi como é bom descobrir novos sabores e cheiros. E embora me considere uma pessoa sem vícios, percebi como é fácil adquirir um. Não é por acaso que minha média de consumo de vinho saltou de 1 taça anual para 7 litros (em 2 meses). Aguardo a próxima vez.

Anônimo disse...

oi, Digo: uma taça de vinho anual?
q pecado... (magnânimo, transcendental, cósmico, cármico e metafísico!)
hehehe, vai precisar de muitos barris pra curar esse pecado... em cada uma das esferas, viu?! rs!
abraços,

myla